Um susto! Foi assim que os brasileiros das mais diversas crenças reagiram ao saber da morte de Zilda Arns. Hoje, 19, completam sete dias da sua partida e do terremoto que matou mais de 200 mil pessoas.
Inicialmente, a imprensa do mundo divulgou que a médica brasileira havia morrido durante uma caminhada pelas ruas do Haiti, onde participava da Conferência dos Religiosos deste país. No entanto, o seu sobrinho, senador Flávio Arns, esclareceu posteriormente que Zilda não teria ficado soterrada com o terremoto, mas fora atingida na cabeça quando o teto da igreja onde estava desabou.
Minutos antes da sua morte, a doutora Zilda proferiu uma palestra para 150 pessoas, já havia encerrado o seu discurso quando o terremoto começou, junto a ela faleceram 15 sacerdotes.
No seu último discurso a médica disse que todos os encontristas presentes estavam naquele local porque sentiam dentro de si um forte chamado a difundir no mundo a boa nova de Jesus. Ela ainda falou sobre as ações concretas para se estabelecer a paz nas famílias e nas nações.
Zilda Arns tinha 75 anos, a maioria deles dedicados a projetos sociais e humanitários, a médica recebeu o título de Heroína da Saúde Pública das Américas. A condecoração foi motivada pelo combate à mortalidade infantil, que acompanha também as gestantes. Atualmente, 1,8 milhão de crianças com até seis anos são beneficiadas por ações da Pastoral da Criança, fundada por Zilda em 1982.
Por seu trabalho na área social foi laureada com diversos prêmios, entre eles a Medalha Simón Bolívar da Câmara Internacional de Pesquisa e Integração Social, o Prêmio Social da Câmara de Comércio Brasil-Espanha. Em 2003 recebeu o prêmio sobre as Mulheres Mais Influentes do Brasil, foi nomeada em 2009 para o Prêmio Nobel da Paz, ao lado do seu irmão dom Evaristo Arns, por terem unido as forças da Igreja Católica aos recursos da Unicef para fundar a pastoral.
Zilda esteve no Piauí no ano de 2006 para comemorar os 20 anos da Pastoral da Criança no estado, na oportunidade visitou o interior constatando o resultado do modelo de vacinação que foi criado por ela própria e implantado oficialmente pelo Ministério da Saúde.
Seu corpo foi sepultado no sábado, 16, no Cemitério Municipal de Água Verde, em Curitiba. Ela foi colocada no mesmo túmulo onde estão seus dois filhos, Silvia e Marcelo, e seu marido, Aloysio. Milhares de brasileiro foram até o velório para dar o último adeus à mulher que escolheu a medicina como profissão e dedicou-se à saúde pública, decisão que salvou a vida de inúmeras pessoas pelo mundo.
Lana Krisna - Pascom
Foto: Terra Online
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