Arcebispo diz que traficantes usam Igreja da Penha para monitorar polícia

Assessoria de D.Orani informa que criminosos se alojam na torre do templo.
Vila Cruzeiro e outras comunidades são vigiadas por quadrilha.

A Igreja Nossa Senhora da Penha, no subúrbio do Rio, vem sendo usada por traficantes para monitorar as ações da polícia. O local fica perto do conjunto de favelas da Penha, onde na última sexta-feira (23) houve intensa troca de tiros. A informação foi confirmada pelo arcebispo do Rio, D. Orani Tempesta, no encerramento da 374ª Festa de Nossa Senhora da Penha, no domingo (25), segundo informou a assessoria da arquidiocese.

Segundo a assessoria, pela torre da igreja, os traficantes observam a movimentação da polícia. É possível saber, por exemplo, quando a polícia entra ou sai de uma favela. A região é cercada por favelas conhecidas como Vila Cruzeiro, Quatro Bicas, Merindiba e Chatuba.

O arcebispo mantém contato com as autoridades para discutir sobre a violência na cidade, mas nega que o caso específico sobre a igreja tenha sido abordado numa conversa. Segundo ele, o fato não é novidade para o estado nem para o município, e já teria sido relatado inúmeras vezes pelo reitor do santuário da Penha, padre Serafim Fernandez.

Procurado pelo G1, o capitão Ivan Blaz, que está à frente da assessoria da Polícia Militar após a exoneração do major Oderlei Santos, explica que a denúncia está sendo investigada.

"Com esse novo dado, nós faremos modificações nas operações na Vila Cruzeiro e uma nova análise dos protocolos operacionais".

Fonte: G1, Rio de Janeiro