A parábola do semeador faz parte do capítulo treze de Mateus no qual estão reunidas mais outras cinco parábolas. Constitui, portanto, um discurso em parábolas que Jesus faz à beira do mar da Galileia após sair de casa (Mt 13, 1) diante da multidão reunida.
Ele usa a figura do semeador para falar da Palavra de Deus e, assim, fazer com que ela penetre na realidade e nos corações dos ouvintes. Para isso, Jesus apresenta os resultados da acolhida da sua palavra.
O semeador sai para semear (Mt 13, 3) e a semente cai em quatro lugares diferentes. Primeiro ela cai à beira do caminho; segundo, em terrenos pedregosos, terceiro, em meios aos espinhos e, por último, na terra boa.
Interessante perceber que Jesus no primeiro instante utiliza-se de elementos da natureza sendo o caminho, as pedras, espinhos e a terra e, que eles estão rodeados por outros elementos também da própria natureza: pássaros, sol... (Mt 13, 3-9), porém somente na explicação da parábola aos seus discípulos é que Ele fala do gênero humano falando daquele que ouve, vive de momento e rodeado por preocupações (Mt 13, 19-23).
Na realidade, Jesus quer mostrar que o coração do homem deve ser esta terra fértil, sem maldades e sem acúmulos desnecessários. Da mesma forma como a terra esta para a chuva, à sua inteira disposição, está o coração para o próprio homem. Em si mesmo ele é esta fonte do bem e, uma vez contrário a esta própria natureza, torna-se fonte da ação humana marcada pelo insaciável desejo de superação e das limitações condicionadas a sua própria natureza.
A parábola do semeador nos coloca diante de uma realidade muito próxima de nós. Escutamos muitas pessoas, no dia-a-dia, dizerem que lêem a Palavra de Deus, "mas que não entende nada"; outras que a escuta aos domingos e durante a semana os "espinhos" da corrupção, de uma ação não condizente de cristão a sufoca; outras possuem "pouca terra no coração", de tal forma que, não deixa germinar nem criar raiz, logo esquecendo; outras, ainda participam das Missas, contudo permanecem à "beira do caminho da fé" tornando-se presas fáceis para os "pássaros oportunistas".
Por isso, a parábola do semeador se torna um novo caminho para a sociedade de hoje a qual vive uma época virtual, marcada pela superficialidade e o imediatismo. É preciso, pois voltar ao terreno de seus corações e, assim perguntar sobre o modo como está escutando e vivendo a Palavra de Deus. Somente assim, poderá retomar ao bom caminho e "rejeitar o que não convém ao cristão e abraçar tudo o que é digno desse nome". (Oração do dia).
Wagner Carvalho
Seminarista Quarto Ano de Teologia
Seminarista Quarto Ano de Teologia
Nenhum comentário:
Postar um comentário